
Tarot Egípcio: Espiritualidade, Autoconhecimento e Alta Magia
5 de ago de 2024
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Introdução ao Tarot Egípcio
O Tarot Egípcio é uma das variações mais fascinantes e místicas do tarot tradicional. Com raízes profundas na antiga civilização egípcia, este baralho se destaca por seus símbolos ricos e complexos, que refletem a sabedoria ancestral e a espiritualidade dos antigos egípcios.
Neste artigo, exploraremos a história, a simbologia e a prática do Tarot Egípcio, destacando seu papel no autoconhecimento e na espiritualidade contemporânea.
História do Tarot Egípcio
Origem e Desenvolvimento
Os antigos egípcios eram conhecidos por sua profunda conexão com o mundo espiritual e sua compreensão avançada dos mistérios da vida e da morte. Muitos estudiosos acreditam que o Tarot Egípcio é uma evolução dos sistemas oraculares utilizados pelos sacerdotes egípcios para se comunicar com os deuses e entender os ciclos da natureza.
A popularidade do tarot na Europa medieval, especialmente após o século XV, trouxe à tona diversas versões do baralho, incluindo o Tarot Egípcio. Autores como Jean-Baptiste Alliette, conhecido como Etteilla, e Éliphas Lévi foram pioneiros na divulgação e adaptação do Tarot Egípcio no Ocidente, associando os arcanos às tradições herméticas e esotéricas europeias.
Evolução Moderna
No século XX, com o renascimento do interesse pelo esoterismo e pelas práticas espirituais antigas, o Tarot Egípcio ganhou nova vida. Pesquisadores e ocultistas modernos, como Samael Aun Weor, Aivanhov, e Gérard Anaclet Vincent Encausse, conhecido como Papus, reintroduziram o Tarot Egípcio como uma ferramenta poderosa para o autoconhecimento e a transformação espiritual.
A integração do Tarot Egípcio com a psicologia moderna, especialmente através dos trabalhos de Carl Jung sobre arquétipos, proporcionou uma nova perspectiva sobre o uso do tarot como ferramenta terapêutica. Psicólogos e terapeutas holísticos passaram a utilizar o Tarot Egípcio para ajudar os indivíduos a explorar seu inconsciente e promover a cura emocional.

Simbologia do Tarot Egípcio
O Mago
O Mago, ou "The Magician", no Tarot Egípcio, simboliza a habilidade de manifestar desejos através da vontade e do conhecimento. Representa a conexão entre o mundo espiritual e o físico, e é associado a Thoth, o deus egípcio da sabedoria e da escrita.
A Sacerdotisa
A Sacerdotisa, ou "The High Priestess", é um símbolo de intuição, mistério e conhecimento oculto. No contexto egípcio, ela é frequentemente associada a Ísis, a deusa da magia e da maternidade.
O Imperador
O Imperador representa a autoridade e a estrutura, e é frequentemente associado a Osíris, o deus do submundo e da ressurreição. Ele simboliza o poder terreno e a capacidade de liderar e governar com sabedoria.
Os Arcanos Menores
O Naipe de Bastões
O naipe de Bastões, ou "Wands", está relacionado ao elemento fogo e simboliza a criatividade, a energia e a ação. No Tarot Egípcio, este naipe é frequentemente associado ao deus Rá, o deus do sol.
O Naipe de Copas
O naipe de Copas, ou "Cups", está ligado ao elemento água e representa as emoções, o amor e a intuição. Este naipe é associado a Hathor, a deusa do amor e da beleza.
O Naipe de Espadas
O naipe de Espadas, ou "Swords", representa o elemento ar e está relacionado ao intelecto, à verdade e à justiça. No contexto egípcio, é frequentemente associado a Ma'at, a deusa da verdade e da justiça.
O Naipe de Ouros
O naipe de Ouros, ou "Pentacles", está ligado ao elemento terra e simboliza a materialidade, a prosperidade e a realização. Este naipe é associado a Geb, o deus da terra.
Estudos sobre o Tarot Egípcio

Pesquisas Internacionais
Jean-Baptiste Alliette (Etteilla)
Etteilla foi um dos primeiros a popularizar o Tarot Egípcio na Europa. Seu trabalho pioneiro no século XVIII ajudou a estabelecer o tarot como uma ferramenta de adivinhação e autoconhecimento. Ele adaptou os símbolos egípcios às cartas de tarot, criando um sistema único e profundo.
Éliphas Lévi
Éliphas Lévi, um dos mais influentes ocultistas do século XIX, contribuiu significativamente para a popularização do Tarot Egípcio. Em sua obra "Dogma e Ritual da Alta Magia", Lévi explora a conexão entre os símbolos do tarot e a Cabala, oferecendo uma interpretação esotérica profunda dos arcanos.
Gérard Anaclet Vincent Encausse (Papus)
Papus, outro importante ocultista francês, escreveu extensivamente sobre o Tarot Egípcio em seu livro "O Tarot dos Boêmios". Ele combinou elementos da Cabala, alquimia e astrologia para oferecer uma visão integrada do tarot como ferramenta de autoconhecimento e transformação espiritual.
Samael Aun Weor
Samael Aun Weor, um renomado ocultista do século XX, escreveu extensivamente sobre o Tarot Egípcio. Em sua obra "Tarot e Cabala", Weor descreve os arcanos maiores e menores do Tarot Egípcio como chaves para a compreensão do universo e do desenvolvimento espiritual.
Omraam Mikhaël Aïvanhov
Aïvanhov, um filósofo espiritual búlgaro-francês, também explorou o Tarot Egípcio em seus ensinamentos. Ele enfatizou a importância dos símbolos e das imagens do tarot como ferramentas para o despertar espiritual e a transformação pessoal.
Estudos no Brasil
Pedro Camargo (Vinícius)
Pedro Camargo, conhecido como Vinícius, foi um dos primeiros a introduzir o Tarot Egípcio no Brasil. Seus estudos e ensinamentos ajudaram a popularizar o tarot como uma prática espiritual e de autoconhecimento no país.
Nei Naiff
Nei Naiff é um dos mais conhecidos estudiosos e autores brasileiros sobre tarot. Em sua obra "Curso Completo de Tarô", Naiff dedica uma seção significativa ao Tarot Egípcio, explorando seus símbolos e interpretações.
Osvaldo Shimoda
Osvaldo Shimoda, psicólogo e terapeuta holístico, utiliza o Tarot Egípcio como parte de suas práticas terapêuticas. Em seu livro "Tarô Terapêutico", Shimoda descreve como o tarot pode ser usado para acessar o inconsciente e promover a cura emocional.
A Prática do Tarot Egípcio na Contemporaneidade
Tarot Egípcio como Ferramenta de Autoconhecimento
Sessões de Leitura
As sessões de leitura de Tarot Egípcio são amplamente utilizadas como uma ferramenta de autoconhecimento. Durante uma leitura, o consultante é convidado a refletir sobre os símbolos e imagens das cartas, promovendo uma jornada introspectiva e reveladora.
Meditação e Reflexão
Muitos praticantes utilizam o Tarot Egípcio como uma ferramenta de meditação. Cada carta é vista como uma porta para o inconsciente, permitindo que o indivíduo explore suas emoções, pensamentos e aspirações de maneira profunda e significativa.
O Tarot Egípcio na Terapia Holística
Terapia Junguiana
A integração do Tarot Egípcio com a terapia junguiana é uma prática comum. Os símbolos arquetípicos das cartas são utilizados para acessar o inconsciente coletivo e promover a cura emocional. Psicólogos e terapeutas utilizam as cartas como um meio de facilitar a compreensão dos sonhos e das experiências internas dos pacientes.
Coaching Espiritual
O Tarot Egípcio também é utilizado no coaching espiritual, ajudando os indivíduos a identificarem e superarem bloqueios emocionais e espirituais. Coaches espirituais utilizam as cartas para orientar os clientes em sua jornada de autodescoberta e transformação pessoal.
Pesquisas Contemporâneas
Estudos Científicos
Pesquisas contemporâneas têm explorado o impacto psicológico e emocional das leituras de Tarot Egípcio. Estudos indicam que a prática pode promover o bem-estar emocional, ajudando os indivíduos a processarem experiências traumáticas e a encontrarem sentido em suas vidas.
Com o avanço da tecnologia, o Tarot Egípcio também tem sido integrado a aplicativos e plataformas digitais. Essas ferramentas permitem que os usuários acessem leituras de tarot online, ampliando o alcance e a acessibilidade desta prática espiritual.
Conclusão
O Tarot Egípcio é uma prática rica e multifacetada que continua a fascinar e inspirar pessoas ao redor do mundo. Desde suas raízes na antiga civilização egípcia até sua integração com a psicologia moderna e as práticas terapêuticas contemporâneas, o Tarot Egípcio oferece uma janela para o autoconhecimento e a espiritualidade.
Através dos estudos de autores como Jean-Baptiste Alliette, Éliphas Lévi, Gérard Anaclet Vincent Encausse, Samael Aun Weor e Omraam Mikhaël Aïvanhov, e dos pesquisadores brasileiros como Pedro Camargo, Nei Naiff.
O Tarot Egípcio continua a evoluir e a se adaptar às necessidades e aspirações da humanidade. Seu legado perdura como uma ferramenta poderosa para a introspecção, a cura emocional e a transformação espiritual.
O Tarot Egípcio não apenas serve como um método de adivinhação, mas também como um guia espiritual que nos conecta com a sabedoria ancestral. Ele nos desafia a explorar os recessos mais profundos do nosso ser, oferecendo insights valiosos e clareza em nossa jornada de vida.
Referências
ALLIETTE, Jean-Baptiste (Etteilla). "Manuel du Tarot". Paris: Bibliothèque Nationale, 1783.
WEOR, Samael Aun. "Tarot e Cabala". São Paulo: Editora Gnosis, 2000.
AÏVANHOV, Omraam Mikhaël. "The Tarot: A Contemporary Approach". Sofia: Prosveta, 1985.
LÉVI, Éliphas. "Dogma e Ritual da Alta Magia". São Paulo: Pensamento, 2014.
PAPUS. "O Tarot dos Boêmios". São Paulo: Madras, 2004.
CAMARGO, Pedro (Vinícius). "O Livro dos Espíritos e a Tradição Egípcia". São Paulo: FEB, 1932.
NAIFF, Nei. "Curso Completo de Tarô". São Paulo: Arx, 2004.
SHIMODA, Osvaldo. "Tarô Terapêutico". São Paulo: Madras, 2010.